Como a MORFO seleciona e coleta espécies para seus projetos de reflorestamento?

Fonte da imagem:
KÖM/MORFO
30 de março de 2023

A solução da MORFO é um processo de reflorestamento de várias etapas, com foco em regiões tropicais e subtropicais. O plantio é feito por drones que dispersam cápsulas contendo sementes. Essas cápsulas contêm todos os elementos biológicos e nutritivos necessários para regenerar o ecossistema a longo prazo.

Neste artigo, falaremos mais sobre as sementes que nossas cápsulas contêm. Observe que essas cápsulas não são compostas apenas por sementes, você também encontrará substratos, microrganismos que promovem o desenvolvimento das plantas e aditivos, todos voltados para promover o crescimento e a sobrevivência da semente.

Para saber mais sobre nossas cápsulas, visite nosso artigo “Cápsulas e revestimentos: garantindo altas taxas de sobrevivência durante um projeto de reflorestamento com drones.”

Um catálogo em evolução de +300 espécies selecionadas de acordo com projetos de reflorestamento

Nosso catálogo contém mais de 300 espécies que foram ou estão sendo estudadas atualmente. Para que uma espécie seja selecionada pelo método MORFO, ela deve atender a pelo menos 13 critérios, alguns dos quais são obrigatórios, outros opcionais. Esses critérios são levados em consideração de acordo com as características do projeto, como alcance, taxa de crescimento, heliofilicidade, nodulação, capacidade de armazenamento de carbono, fitoextração e descompactação.

Aqui está uma visão geral dos critérios obrigatórios:

    Seja uma espécie local

Todos os projetos de reflorestamento da MORFO são realizados com espécies locais para evitar a introdução de espécies exóticas potencialmente invasoras. No entanto, a MORFO pode, caso a caso, plantar uma espécie exótica estratégica para resolver um problema específico. Nesse caso, a MORFO se compromete a justificar sua escolha com um documento explicativo.

    Seja uma semente de bom tamanho

Hoje, nossas sementes nunca ultrapassam 10 mm, pois cada cápsula contém 2 a 3 sementes e mede 16 mm. Esse tamanho aumentará no futuro, pois pretendemos integrar sementes maiores em alguns meses.

    Sendo uma semente ortodoxa

Somente sementes ortodoxas são compatíveis com o método MORFO em termos de armazenamento e quebra de dormência.

    Fornece forte resistência ao estresse hídrico

A MORFO planta apenas espécies com alta resistência ao estresse hídrico para maximizar sua resistência às mudanças climáticas.

    Garantindo a diversidade genética

Para maximizar a resiliência das florestas da MORFO, as sementes das espécies identificadas devem ser coletadas de diferentes populações para aumentar a resiliência a diferentes ameaças.

    Faça parte de uma grande ação global

A MORFO seleciona espécies com produção de sementes abundante e de fácil acesso para não colocar em risco a sustentabilidade da espécie. No entanto, se algumas espécies raras puderem ser facilmente fornecidas, a MORFO pode plantar algumas dessas espécies (na Lista Vermelha da IUCN, por exemplo) para participar de sua preservação.

Nossa seleção de sementes é o resultado do trabalho diário de P&D realizado com nossos parceiros

A MORFO realiza continuamente experimentos e análises em diferentes laboratórios para ampliar nossos conhecimentos em microbiologia, agronomia, botânica e silvicultura. Esse trabalho de P&D é um aspecto extremamente importante de nossa missão, pois nos permite otimizar todos os aspectos de nossa tecnologia, começando pela qualidade e seleção de nossas sementes.

Trabalhamos com laboratórios na França e no Brasil. Por exemplo, na França, já lançamos dois programas de pesquisa com o IRD. Assinamos uma primeira colaboração de pesquisa em maio de 2021 com o IRD, que terminou em dezembro de 2022. Essa colaboração demonstrou a viabilidade e a validade científica do processo de encapsulamento de sementes da MORFO com espécies tropicais, temperadas e do Sahel, bem como os resultados desse processo em terrenos diversos e de grande escala.

A parceria com o IRD é um exemplo de trabalho conjunto para melhorar os plantios e as taxas de sobrevivência nos diferentes biomas em que trabalhamos. Mas não é o único. No Brasil, por exemplo, iniciaremos pesquisas conjuntas com a EMBRAPA e a UFSCAR, uma universidade pública de pesquisa.

Para saber mais sobre nosso trabalho com laboratórios, leia nosso artigo “Como e por que trabalhamos com laboratórios especializados”.

Espécies coletadas pelas comunidades locais para atender às necessidades do ecossistema

É essencial trabalharmos com atores locais para preparar as sementes, por vários motivos.

Em primeiro lugar, agora há evidências de que um projeto de reflorestamento tem maior probabilidade de sucesso se as comunidades locais se beneficiarem economicamente do projeto. Em um estudo recente publicado em Biociência de Sara Löfqvist e colegas da ETH Zurich, foi revelado que a eficácia dos projetos de restauração de ecossistemas pode ser melhorada levando em consideração as questões sociais e de equidade. Nosso objetivo é garantir sementes com pelo menos um ano de antecedência, financiando redes de coletores de sementes. No momento, essa meta nem sempre é cumprida simplesmente porque temos muitos pedidos de reflorestamento que devem ser concluídos em um curto espaço de tempo. Deve-se notar que não apenas financiamos os coletores, mas também os treinamos gratuitamente na preparação e armazenamento de sementes, uma habilidade que eles podem usar em contratos futuros com outros atores ou organizações.

Trabalhar com atores locais também nos permite entender melhor as particularidades da área e melhorar a qualidade do reflorestamento futuro. Apesar de todos os dados que temos e da precisão de nossa P&D, é sempre útil ter a opinião de especialistas locais para, eventualmente, mudar a escolha das sementes a serem replantadas em uma área específica. Assim, durante o projeto realizado com a organização do ITPA no norte do Rio de Janeiro, pudemos discutir com os especialistas da organização antes da realização do projeto de plantio.

A coleta das sementes no local permite respeitar todas as normas sanitárias vigentes, evitando a introdução de doenças ou parasitas externos.

Deve-se notar, se necessário, que trabalhar localmente também permite o desenvolvimento de redes profissionais, o treinamento de dezenas de pessoas em nossos negócios (pilotagem de drones, seleção e preparação de sementes...) e gerar renda adicional.

Emira Cherif
Diretora científica (CSO)
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