Um projeto no município de Santa Cruz Cabrália, no estado da Bahia, Brasil, está reflorestando 55 hectares, 14 dos quais já foram reflorestados, no bioma tropical da Mata Atlântica brasileira. O projeto de revegetação e reflorestamento, que visa restabelecer a biodiversidade natural e reduzir os efeitos do desmatamento, está sendo realizado em colaboração entre a start-up MORFO e organização ambiental Natureza Bela.
A terra que está sendo restaurada é uma antiga plantação de cana-de-açúcar com baixos rendimentos devido à degradação do solo. A terra não é usada há 15 anos, exceto para pastagens extensivas, e nenhuma vegetação retornou, exceto por um pouco de grama baixa. Sem intervenção, a situação será a mesma em 100 anos. Os principais problemas deste projeto são medir o impacto de espécies invasoras, como Braquiária, a escolha das espécies a serem plantadas e a taxa de sucesso do plantio.
Descubra este projeto em vídeo:
Uma plantação que combina métodos manuais e plantio por drones
A implantação da 1ª plantação de 14 hectares foi concluída em duas semanas, combinando o plantio por drones com a ajuda de um piloto de drone e outros membros da equipe científica da MORFO, com o plantio manual tradicional realizado pela Natureza Bela.
O monitoramento da plantação é feito em intervalos regulares, a cada 6 meses no início, depois uma vez por ano por via aérea. Além disso, um fazendeiro parceiro local realiza o monitoramento semanal no campo. O sucesso do plantio é avaliado por meio de diferentes critérios, como taxa de germinação, taxa de sobrevivência, taxa de crescimento e comportamento das espécies. Os ciclos de monitoramento são definidos de acordo com esses parâmetros para avaliar o progresso da plantação.
Um projeto com forte impacto social
Nossos parceiros da Natureza Bela com a equipe responsável pela preparação e acompanhamento em campo
Este projeto tem um forte impacto social, criando oportunidades de emprego localmente, desde a coleta de sementes até projetos de plantio e monitoramento. De fato, a MORFO ajuda as organizações locais a reflorestar mais rapidamente, em uma escala muito maior e a um custo menor.
A MORFO fez parceria com a organização ambiental Natureza Bela durante esse projeto na Bahia. Era essencial para o projeto: graças ao conhecimento do ecossistema local, eles cooperaram coletando sementes e cultivando mudas em seus viveiros, que foram plantadas manualmente no final de abril.
Fundada em 2001, a Natureza Bela contribui para a conservação da natureza fornecendo educação ambiental e fortalecendo a cidadania. A Natureza Bela já reflorestou mais de 200 hectares e atualmente está restaurando 1113 hectares de terras florestais, em um total de 7 projetos de restauração florestal. Isso equivale ao plantio de 2.296.000 árvores.
Suas missões são principalmente preservar o meio ambiente por meio da educação ambiental, restauração florestal e construção da cidadania. Eles também visam promover ações de restauração ambiental em áreas alteradas e/ou degradadas por meio do plantio de mudas nativas, produzidas em seus próprios viveiros. Eles priorizam a formação de corredores ecológicos por meio do planejamento territorial da paisagem, bem como do monitoramento de áreas restauradas no Corredor Central da Mata Atlântica (CCMA), com ênfase no Mosaico de Áreas Protegidas do Extremo Sul da Bahia (MAPES).
Crispin, nosso coletor de sementes
Crispin foi fornecedor e líder do grupo de coletores de sementes da Natureza Bela e desse projeto. Depois de sofrer a perda do emprego, Crispin se viu em uma situação financeira precária. No entanto, essa oportunidade profissional permitiu que ele se recuperasse financeiramente, ao mesmo tempo em que lhe proporcionou a oportunidade de se envolver em uma causa extremamente importante que afeta diretamente o mundo.
O amplo conhecimento de Crispin sobre a fauna da área foi inestimável para nos ajudar a selecionar e coletar as sementes necessárias para restaurar o ecossistema. Sua participação ativa neste projeto foi inestimável.
O diamante azul
Durante nosso projeto, descobrimos a fruta chamada Maria Luíza, também chamada de “Diamante Azul”. Essa fruta deu o nome ao grupo de coletores de sementes de Crispim: Diamante azul.
Mostrada aqui por Crispin, essa fruta começa verde e amadurece em um azul iridescente brilhante quando cai no chão da floresta. É provável que a planta tenha desenvolvido essa coloração incomum para ajudar os pássaros a identificar os frutos, que comem e espalham. Como você pode ver, é uma fruta muito pequena, medindo apenas 1,4 cm e composta por 4 ou 5 lóbulos.
Escolhemos trabalhar com essa semente por vários motivos. Além de ser nativa do bioma, essa semente tem uma alta taxa de germinação e dará origem a uma árvore delgada e de rápido crescimento chamada Margaritaria Nobilis.