Em 23 de junho de 2023, um artigo intitulado “Para enfrentar os desafios colossais do reflorestamento, o mundo não pode mais confiar nos métodos tradicionais” foi publicado no jornal francês Le Monde. Foi assinado pelo Prof. Robin Duponnois, diretor de pesquisa do IRD desde 2002 e especialista reconhecido internacionalmente em microbiologia do solo.
Nos últimos dois anos, a MORFO tem trabalhado em estreita colaboração com o Prof. Duponnois e sua equipe na PÁSSARO para melhorar a qualidade do nossas cápsulas de sementes. Essa colaboração visa aumentar a eficácia dos esforços de reflorestamento, otimizando a composição e as propriedades desses frutos.
Após os resultados de nossa primeira colaboração de pesquisa, assinamos uma segunda colaboração de pesquisa em janeiro de 2023. Este programa durará 24 meses e incluirá uma nova colaboração com Robin e o IRD, bem como com o laboratório LASEM da Universidade de São Carlos, no Brasil, referência em restauração florestal no Brasil. Ao reunir equipes multidisciplinares de diferentes regiões, essa colaboração visa promover o intercâmbio de conhecimento, aproveitar perspectivas diversas e avançar nos estudos científicos do reflorestamento.
Para saber mais sobre nossas colaborações, siga este link: P&D: POR QUE E COMO TRABALHAMOS COM LABORATÓRIOS ESPECIALIZADOS.
O reflorestamento é um grande desafio global enfrentado pelas mudanças climáticas e pelo declínio da biodiversidade. A taxa atual de replantio está extremamente aquém da meta das Nações Unidas de restaurar 80 milhões de hectares de floresta por ano. Os métodos tradicionais de cultivar mudas em viveiros e transplantá-las têm se mostrado trabalhosos e ineficazes a longo prazo, muitas vezes levando a desastres ecológicos quando espécies exóticas são introduzidas. No entanto, levando em consideração fatores como a bioquímica que ocorre entre as árvores, as plantas vizinhas, o solo através do sistema de micorrizas e usando o conhecimento, a ciência e a tecnologia indígenas, uma nova abordagem para o reflorestamento pode ser desenvolvida. Isso inclui maximizar o potencial da engenharia ecológica e usar métodos inovadores, como a tecnologia de drones, para esforços de reflorestamento em grande escala.
Para responder à urgência do reflorestamento, é crucial adotar uma abordagem agroecológica que leve em conta as complexas interações entre plantas, microrganismos e solo. Ao reconhecer a importância da cobertura vegetal diversificada e das espécies nativas, podemos restaurar o equilíbrio ecológico e a fertilidade do solo. Tecnologias inovadoras, como drones, podem ajudar a analisar e reflorestar terrenos difíceis, acelerando o processo de plantio e permitindo um monitoramento eficaz. Para alcançar metas ambiciosas de reflorestamento e combater as mudanças climáticas, é essencial que os atores públicos e privados aproveitem essas novas oportunidades e trabalhem juntos em prol de um futuro sustentável.