Restauração florestal no Brasil: 5 principais conclusões da Semana do Clima de Nova York

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MORFO
27 de setembro de 2024

A Semana do Clima de Nova York 2024, realizada de 22 a 29 de setembro, foi uma grande reunião para promover a ação climática, com os organizadores esperando uma participação de 100.000 pessoas. O evento contou com mais de 900 eventos oficiais afiliados, cobrindo uma ampla variedade de tópicos, do desinvestimento à dívida, da justiça aos motores a jato e da política aos pombos. Além de inúmeros eventos não oficiais, o tema deste ano, “Está na hora”, ressaltou a urgência de soluções imediatas e impactantes para a crise climática. Quando os líderes globais se reuniram ao lado da Assembleia Geral da ONU, o Brasil emergiu como um ator importante, destacando seu papel fundamental na restauração de ecossistemas e na luta contra o desmatamento.

1. Brasil é o centro das atenções na Semana do Clima

O Brasil está se tornando o ponto focal da conversa sobre o clima? Pode parecer um exagero, mas durante a Semana do Clima de Nova York, o Brasil inegavelmente chamou mais atenção. Isso não se deve apenas aos preparativos da COP30 em Belém. Organizações brasileiras — agências governamentais, ONGs, alianças e empresas privadas — estão mostrando um progresso significativo na restauração de ecossistemas. Além disso, os investidores são atraídos pelos diversos biomas do Brasil, pelas vastas áreas adequadas para restauração e pela forte coordenação local.
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Perspectiva do MORFO: A liderança do Brasil na ação climática era evidente mesmo antes da Semana do Clima, com eventos como a Cúpula do Clima do Brasil e o SDG Brasil, onde o MORFO participou. Durante dias, Nova York teve uma forte presença brasileira, o que é um sinal muito positivo para o futuro. O que mais se destaca é o forte desejo, principalmente entre os brasileiros, de co-criar soluções para o futuro das florestas.

2. COP30 em Belém: a contagem regressiva começou

A COP30 foi o foco central da Semana do Clima, com discussões mostrando que os preparativos estão bem encaminhados. Os setores público e privado estão trabalhando duro para garantir que esse evento produza resultados significativos. Como resumiu o professor Virgilio Viana na Câmara de Comércio Brasil-Americana, “A COP29 no Azerbaijão será a última COP focada no petróleo. A COP30 dará início a uma nova era centrada em soluções baseadas na natureza (NBS) com uma forte ênfase social.” Muitas conversas durante a Semana do Clima enfatizaram o combate ao desmatamento e a priorização da restauração florestal, com um forte foco nos direitos e no engajamento da comunidade.

‍Perspectiva do MORFO: O Brasil pretende restaurar 12 milhões de hectares de floresta até 2030, mas apenas cerca de 2% dessa meta foi alcançada até agora. Há uma necessidade urgente de acelerar o progresso, e a COP30 oferece uma excelente oportunidade para provar que o Brasil pode liderar uma revolução verde. De forma encorajadora, muitas iniciativas já estão em andamento. Por exemplo, a Pátria, uma empresa de investimentos brasileira, e a empresa de tecnologia climática Pachama, com sede nos EUA, lançaram um fundo de reflorestamento de 100 milhões de dólares. Além disso, a PLANAVEG do Brasil finalizou sua estratégia 2025-2028 com cinco áreas prioritárias para restauração de ecossistemas. Estamos indo na direção certa!

3. Construindo a “ponte da biodiversidade”

Em um evento de café da manhã organizado pela Chloris Geospatial, a cofundadora da Ponterra, Celia Francis, levantou um ponto crucial: “O mercado precisa encontrar maneiras de financiar a biodiversidade e seu monitoramento”. Atualmente, há uma lacuna entre o custo da preservação da biodiversidade e os recursos disponíveis. Essa lacuna deve ser fechada para criar o que ela chamou de “ponte da biodiversidade”.

‍Perspectiva da MORFO: Na MORFO, somos otimistas. Esta Semana do Clima revelou que iniciativas focadas na biodiversidade — em vez de depender de monoculturas — estão ganhando força. Nosso CEO, Adrien Pages, compartilhou como a MORFO desenvolveu um catálogo de 300 espécies de sementes testadas em laboratório, garantindo um fornecimento confiável enquanto estuda sua compatibilidade com os ecossistemas. Nosso objetivo é criar ecossistemas florestais resilientes que possam resistir à seca e às doenças. Os resultados do nosso projeto PROTEX-BA, após um ano, mostram que essa abordagem funciona. Além disso, conseguimos reduzir os custos em até 30% e, em alguns casos, em até 50%, dependendo do tamanho do projeto.

4. As árvores são nossa melhor tecnologia

“As árvores são nossa melhor tecnologia” foi uma declaração recorrente durante a Semana do Clima de Nova York, apoiada por dados convincentes. Uma única árvore madura pode absorver até 22 kg de CO2 anualmente, tornando as florestas alguns dos sumidouros de carbono mais eficientes do planeta. O Brasil, lar de 60% da floresta amazônica, tem um imenso potencial. Somente a Amazônia sequestra cerca de 2 bilhões de toneladas de CO2 a cada ano, desempenhando um papel crucial na estabilização do clima global. Além do carbono, as árvores sustentam 80% da biodiversidade terrestre mundial, contribuem para os ciclos da água, reduzem a erosão do solo e sustentam os ecossistemas. No Brasil, restaurar 12 milhões de hectares de terras degradadas até 2030 poderia remover milhões de toneladas de CO2 da atmosfera, tornando as árvores indispensáveis para a ação climática e a restauração do ecossistema.

Perspectiva da MORFO: Projetos de sequestro de carbono são financeiramente difíceis de desenvolver, exigindo criatividade e resiliência dos desenvolvedores florestais. Mas esses desafios — particularmente a dificuldade de provar a permanência do projeto a longo prazo (as árvores ainda existirão em 100 anos? Quem será o dono da terra em um século?) —não são desculpas suficientes. As tecnologias e as estruturas regulatórias estão evoluindo para reduzir os riscos do projeto e torná-los mais atraentes para os compradores.

5. O dilema preço versus risco

Uma das sessões mais esclarecedoras da semana, organizada pela Ponterra e pela Re.Green, focou em soluções baseadas na natureza e créditos de carbono. Um tema recorrente foi o equilíbrio entre os custos de restauração e os riscos associados. Preços altos geralmente significam menos riscos, resultando em projetos de restauração de melhor qualidade — mais biodiversidade, melhor integração comunitária e resultados mais sustentáveis. Mas o verdadeiro desafio é conseguir uma restauração de alta qualidade a um custo menor.

Perspectiva do MORFO: O MORFO foi projetado para enfrentar exatamente esse desafio. Dependendo do tamanho e da qualidade da terra, conseguimos reduzir os custos de restauração em até 50%, mantendo altos padrões de biodiversidade e sustentabilidade. Nossa missão é oferecer projetos de reflorestamento escaláveis e de alta qualidade que equilibrem a saúde ecológica com a viabilidade econômica.

A Semana do Clima de Nova York de 2024 reforçou a liderança do Brasil no movimento de restauração global. Com a aproximação da COP30 e um foco cada vez maior em soluções baseadas na natureza, o Brasil está bem posicionado para impulsionar ações significativas. Na MORFO, estamos comprometidos em desempenhar um papel fundamental nessa transformação, usando tecnologia de ponta para garantir que os esforços de restauração não sejam apenas escaláveis, mas também sustentáveis e diversificados.

Quentin Franque
Diretor de Marketing, Comunicação e Relações Públicas (CMO)
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